Escrevi esse texto no final de 2005 para o jornalzinho da empresa em que eu trabalhava. O texto nunca chegou a ser publicado, mas enfim encontrei um espaço adequado. Apesar de ser de 2005, ele é altamente aplicável à atualidade. Espero que gostem!
2005, NO MEU CARRO.
Por muitas vezes, nesse ano, pensei o quanto o ser humano é egoísta, mas vi um colega de trabalho andando a pé na rua e fingi que não o vi, para não dar carona.
Indignei-me com a situação das crianças que passam fome e que têm de trabalhar, mas fechava o vidro toda vez que uma se aproximava.
Achava errada a mania de julgar, mas tinha uma opinião generalizada sobre as mães dessas crianças: um bando de exploradoras! Quem me provou isso?
Não entendia como se morria tanto por motivos fúteis, mas um dia vi a morte passar perto, quando levei uma fechada e fui tirar satisfações. A pessoa estava armada.
Ao mesmo tempo não entendia como poderia haver pessoas daquele tipo, que promoviam a violência banalmente, mas em uma outra fechada, vi que se tratava de uma mulher. Quase a agredi.
Ouvia no rádio quase o tempo todo notícias sobre corrupção e ficava furioso, mas um dia “molhei” a mão de um policial rodoviário que queria me multar por excesso de velocidade. Após a “caixinha”, até tapinha nas costas ganhei.
Sempre achei errada essa história de nepotismo, mas só consegui licenciar meu carro, que estava irregular, porque meu irmão é o inspetor.
Na longa caminhada que percorri nesse ano, percebi que havia algo de errado: eu apontava os problemas que me indignavam, mas não fui capaz se sequer olhar para mim mesmo no retrovisor, que sempre aponta para os outros.
Espero que no ano que vem, meus conceitos mudem, para que não seja necessário, mais uma vez, andar na contra mão do caráter nem passar reto na curva da percepção.
Indignei-me com a situação das crianças que passam fome e que têm de trabalhar, mas fechava o vidro toda vez que uma se aproximava.
Achava errada a mania de julgar, mas tinha uma opinião generalizada sobre as mães dessas crianças: um bando de exploradoras! Quem me provou isso?
Não entendia como se morria tanto por motivos fúteis, mas um dia vi a morte passar perto, quando levei uma fechada e fui tirar satisfações. A pessoa estava armada.
Ao mesmo tempo não entendia como poderia haver pessoas daquele tipo, que promoviam a violência banalmente, mas em uma outra fechada, vi que se tratava de uma mulher. Quase a agredi.
Ouvia no rádio quase o tempo todo notícias sobre corrupção e ficava furioso, mas um dia “molhei” a mão de um policial rodoviário que queria me multar por excesso de velocidade. Após a “caixinha”, até tapinha nas costas ganhei.
Sempre achei errada essa história de nepotismo, mas só consegui licenciar meu carro, que estava irregular, porque meu irmão é o inspetor.
Na longa caminhada que percorri nesse ano, percebi que havia algo de errado: eu apontava os problemas que me indignavam, mas não fui capaz se sequer olhar para mim mesmo no retrovisor, que sempre aponta para os outros.
Espero que no ano que vem, meus conceitos mudem, para que não seja necessário, mais uma vez, andar na contra mão do caráter nem passar reto na curva da percepção.
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